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FOTO REPRODUÇÃO / CARLOS BRANDÃO |
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) confirmou nesta segunda-feira (6) que foram encontradas fissuras no tanque de um dos caminhões que afundaram no Rio Tocantins, após o colapso da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que conecta os estados do Tocantins e Maranhão. O caminhão da empresa Pira-Química transportava 23 mil litros de ácido sulfúrico.
A descoberta preliminar foi feita por mergulhadores que, na sexta-feira (3), identificaram duas fissuras no tanque, após a Marinha do Brasil levantar suspeitas de um possível vazamento durante a operação de busca e resgate. O Ibama informou que pediu um relatório oficial das informações coletadas pela equipe da Pira-Química, que deve ser entregue até quinta-feira (9).
O órgão também esclareceu que as análises da qualidade da água do Rio Tocantins não indicaram mudanças significativas. “Até o momento, os parâmetros avaliados estão dentro dos limites normais para água doce. Não houve impacto na fauna local desde o colapso da ponte”, informou o Ibama por meio de nota.
O monitoramento da qualidade da água é feito diariamente pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, em colaboração com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão. As ações de resposta à emergência ambiental também estão sendo acompanhadas por profissionais do Centro Nacional de Emergências Ambientais e Climáticas, além das superintendências do Ibama nos estados do Maranhão e Tocantins.
Além do caminhão da Pira-Química, o desabamento da ponte causou o afundamento de mais dois caminhões carregados com produtos perigosos no Rio Tocantins. Um deles, da empresa Videira, transportava 40 mil litros de ácido sulfúrico, mas os mergulhadores constataram que o tanque permaneceu intacto.
O terceiro caminhão, da empresa Suminoto, estava carregado com bombonas de agrotóxico. A sondagem da carga no fundo do rio deverá ser realizada por mergulhadores contratados pela empresa ainda hoje.
O Ibama informou que as empresas envolvidas, assim como o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT), foram notificadas a apresentar Planos de Atendimento à Emergência (PAEs) que incluam análise de riscos para a retirada dos caminhões e produtos do fundo do rio.
Contexto A Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que fazia a ligação entre os estados do Maranhão e Tocantins pela BR-226, desabou no final da tarde de 22 de dezembro de 2024. A operação de busca e resgate foi iniciada no mesmo dia, com a participação de diversos órgãos, como o Corpo de Bombeiros, empresas privadas, e o uso de embarcações, helicópteros e viaturas na região.
Atualmente, o tráfego de veículos entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), que eram conectados pela ponte, está sendo feito por rotas alternativas. Para veículos leves, há duas opções, e para veículos pesados, três rotas estão disponíveis.
Além disso, o DNIT está planejando o uso de balsas no local para a travessia de carros de passeio, ambulâncias e caminhonetes, sem custo para os usuários. O serviço será iniciado após a conclusão da operação de busca e resgate, com a localização das três vítimas ainda desaparecidas.