Acusada de fraudes financeiras contra a empresa onde trabalhava, Iomayra Oliveira dos Santos foi liberada da cadeia feminina após prisão por supostamente desviar mais de R$ 530 mil. Conforme as investigações, a assistente financeira teria alterado boletos para direcionar os pagamentos a uma empresa registrada em seu nome.
Câmeras de segurança flagraram o momento da prisão, ocorrida no local de trabalho da suspeita. De acordo com o alvará de soltura, a liberdade provisória estava condicionada ao pagamento de uma fiança de R$ 100 mil ou ao bloqueio de seus bens. Na terça-feira (25), a Justiça determinou o congelamento de R$ 530 mil em suas contas bancárias, decisão assinada pelo juiz substituto Luiz Zilmar dos Santos Pires, da 3ª Vara Criminal de Palmas.
A defesa da suspeita, representada pela advogada Laura Gondim, afirmou que a cliente já deixou a unidade prisional e classificou as acusações como precipitadas e desproporcionais. A defesa também garantiu que apresentará esclarecimentos ao longo da investigação e reforçou sua confiança nas instituições de justiça.
Emprego e vida de luxo
De acordo com o Ministério Público, Iomayra é proprietária de um negócio no setor alimentício, o qual seria usado para movimentar os valores desviados. Inicialmente, o bloqueio de bens incluiu apenas contas bancárias de pessoa física. A suspeita foi presa em flagrante na última quinta-feira (20), após sua patroa identificar inconsistências no sistema financeiro da empresa. A descoberta ocorreu após a ausência de Iomayra no trabalho, quando a chefe encontrou registros de pagamentos duplicados em datas diferentes, levantando suspeitas.
As investigações revelaram que, apesar de ocupar o cargo de assistente financeira desde julho de 2024, com salário de R$ 1,5 mil, Iomayra mantinha um padrão de vida elevado, com carros importados, viagens frequentes, imóveis e itens de luxo. Segundo o delegado Evaldo Gomes, "ela demonstrava um estilo de vida incompatível com seus rendimentos, incluindo gastos elevados com festas e aquisições de bens de alto valor".
Momento da prisão e audiência
No dia de sua prisão, Iomayra foi filmada chegando ao escritório e cumprimentando sua chefe. Minutos depois, policiais chegaram ao local para realizar a detenção. Luciana Borges, dona da empresa, afirmou: “Foi inacreditável! Ela agiu como se nada tivesse acontecido. Aproveitava-se do acesso que tinha para criar boletos forjados e ocultar os desvios."
Após a prisão, a acusada passou por audiência de custódia, na qual teve negada a possibilidade de responder em liberdade, mesmo com o uso de tornozeleira eletrônica. Durante a sessão, Iomayra prometeu não mexer nos recursos de suas contas pessoais: "Comprometo-me a não retirar nenhum valor, excelência", afirmou.
Nota oficial da defesa
Em comunicado, a defesa de Iomayra Oliveira declarou: "As acusações que resultaram na prisão da cliente são precipitadas e desproporcionais aos fatos, algo evidenciado pela concessão de liberdade provisória. Seguiremos confiantes na apuração correta e apresentaremos, no momento oportuno, todos os esclarecimentos necessários para que a verdade prevaleça. Pedimos cautela para evitar julgamentos que possam interferir na investigação."